É definida como aromaticidade a propriedade química apresentada por algumas estruturas, tais como anéis
conjugados de ligações insaturadas, orbitais vazios ou pares de
elétrons isolados. O termo aromaticidade foi usado pela primeira vez
pelo químico alemão August Wilhelm von Hoffman em 1855 ao isolar
substâncias de odor agradável de algumas plantas.
Embora tenha sido batizada com esse nome, a aromaticidade nem sempre
está relacionada com o odor dos compostos e, ainda que a grande maioria
dos compostos aromáticos seja constituída de carbono, não se trata de
uma propriedade exclusiva de um grupo de hidrocarbonetos. Sua ocorrência
normalmente se deve ao constante movimento de elétrons livres por
arranjos circulares de átomos, que estabelecem entre si uma ligação
simples e uma ligação dupla alternadamente.
Para serem classificados como aromáticos, os compostos devem ser
cíclicos, insaturados, totalmente conjugados e planares, além bastante
estáveis à energia de estabilização por ressonância. Cíclicos porque
somente assim é formada uma nuvem de elétrons deslocalizados (que não
permanecem num orbital p); insaturados, conjugados e planares para
facilitar a interação paralela entre os orbitais p. Devido a essa
estrutura peculiar, os compostos aromáticos apresentam uma estabilidade
especial, muito mais forte do que a esperada.
A partir disso, o físico-químico alemão Erich Hückel criou a regra de Hückel,
que propõe que para um composto cíclico e planar seja aromático, é
preciso que uma nuvem de elétrons conjugados tenha 4n + 2 elétrons π,
sendo n um número inteiro. Os elétrons π podem ser aqueles que
participam de ligações duplas e triplas, aqueles que não são
compartilhados, ou ainda, cargas negativas.
A aromaticidade pode ser caracterizada por três critérios teóricos:
critérios geométricos, em que são considerados os comprimentos das
ligações que indicam a deslocalização dos elétrons nas estruturas
cíclicas; critérios energéticos, que avaliam a aromaticidade do composto
a partir da determinação da energia deslocalizada pelo sistema
(estabilidade termodinâmica); e critérios magnéticos, que se fundamentam
na distribuição eletrônica, nos níveis de energia e na polarizabilidade dos átomos.
Os compostos aromáticos estão frequentemente presentes no nosso cotidiano: diversos hidrocarbonetos aromáticos são largamente utilizados no ramo industrial, como é o caso do benzeno,
tolueno e outros. Na química dos seres vivos, existem três aminoácidos
aromáticos (tirosina, triptofano e fenilalanina) e todos os nucleotídeos
que constituem o código genético (adenina, timina, guanina, citosina e
uracila) são estruturas aromáticas.
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