Chama-se coque o material carbonáceo sólido obtido a
partir da destilação do carvão mineral em fornos, na ausência de ar, em
tempo estabelecido, e de baixo teor de enxofre e cinzas. A coqueificação do carvão mineral
permitiu a ampliação e o aperfeiçoamento da fabricação de ferro, o que
constituiu num avanço enorme para a siderurgia, e em uma instância
maior, boa parte da Revolução Industrial.
A
indústria depende em larga escala do coque, que representa uma grande
parcela do custo final do ferro. O carvão mineral para siderurgia a
coque é denominado carvão coqueificável, que forma uma massa sólida ao
ser aquecido. Utilizado na redução do minério de ferro a ferro metálico,
este combina com o oxigênio, na presença de calcário, criando dióxido de carbono, ferro e escória.
O equipamento onde o processo de redução do ferro ocorre é
chamado de alto-forno, onde há a separação do ferro de seu minério. Esta
separação se dá por meio da redução química que envolve a separação de
um metal de seu óxido, através de um agente redutor. O agente redutor utilizado na siderurgia é o coque.
Até o final do século XVII, o único combustível disponível era o
carvão vegetal, que estava ficando cada vez mais difícil de se
encontrar, ameaçando assim, o progresso da indústria metalúrgica. A
Inglaterra, lar da indústria siderúrgica nascente, foi obrigada a
recorrer à importação de madeira para substituir o carvão, o que não
impediu a escassez de combustível. O carvão mineral não era uma opção
viável, pois ele contém enxofre, o que torna o ferro quebradiço quando
aquecido.
O problema foi resolvido com a ideia de queimar o carvão mineral em
locais abertos, do mesmo modo como se fazia com a lenha na produção de
carvão vegetal. Ao ser aquecido lentamente, sem queimar, o material
liberava enxofre, além de outros gases voláteis. Tal método ficou
conhecido como coqueificação, e logo foi adotado na produção do ferro.
Em pouco tempo, o coque serviu para produzir o ferro utilizado em
potes, grelhas, canos, pilões, e vários outros objetos. Em pouco tempo, a
pequena indústria de Darby produzia cilindros para o motor de Newcomen
(invento frequentemente apontado como deflagrador da revolução
industrial), e que era utilizado em exploração de minas, numa
profundidade maior que aquela alcançada pelas bombas da época. Tal
combinação permitiu que o carvão se tornasse o combustível industrial de
maior importância.
A aceitação geral do coque pela indústria ocorreu com a
descoberta de que a refundição do ferro produzido com coque em um forno
reverberatório (onde o aquecimento é feito por meio das radiações
refletidas das paredes do forno), era possível obter ferro mais puro e
homogêneo. Como exemplo, os canhões ingleses fabricados com tal ferro
não explodiam quando disparados, coisa que não ocorria com os canhões
franceses em vários casos. Com o desenvolvimento
do motor duplo de Watt em 1782, o problema da energia empregada para
acionar os equipamentos industriais é solucionada, e a indústria
siderúrgica terá grande importância no desenvolvimento industrial dos
séculos seguintes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário