O episódio com o Césio-137 tornou notórias as chamadas fontes radioativas
dos equipamentos hospitalares, criando uma expectativa geral sobre onde
elas se situam e se são seguras, precaução por vezes tomada onde não se
usa tal recurso, como é o caso dos aparelhos de raio-X, que não têm fonte radiativa e, uma vez desligados da eletricidade, não emitem mais radiação.
Porém, é verdade que a presença de elementos radioativos potencialmente
perigosos pode estar mais próxima do que imaginamos. É o caso dos pára-raios,
por vezes instalados logo acima do teto em que dormimos, dos quais
muitas hastes antigas possuem pontas de Amerício-241, cuja intensidade
radiativa e meia-vida são ainda maiores que as do Césio-137.
Pára-raios
Devido às quantidades e condições em que o material radioativo foi
processado, estas pontas, em geral, não representam o mesmo perigo letal
que a cápsula de Césio, mas mesmo assim seu uso foi proibido e
decretado o recolhimento e acondicionamento seguro das restantes em uso.
Como não havia um controle sobre quantos pára-raios radiativos foram
instalados e onde estão eles, muitas peças antigas encontram-se ainda
por aí.
Fontes radioativas também podem ser usadas para medição do nível de
líquidos especiais em tanques fechados, o que implica que pode haver
delas em alguma fábrica próxima. E cada vez que usar algum produto
farmacêutico, seja uma seringa de injeção ou um simples fio dental,
lembre que é possível que ele tenha sido esterilizado dentro da
embalagem lacrada por um feixe ionizante emitido por fonte radioativa.
Esses lembretes visam mostrar que convivemos sem grandes problemas ou
riscos com elementos radiativos, bastando que as regras de segurança
sejam observadas e que a absurda sucessão de negligências, erros e
desconhecimentos ocorrida em Goiânia não se repita.
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