O modelo atômico proposto por Thomson trazia o acréscimo da carga elétrica em relação aos seus antecessores, o que resolvia muitos problemas de natureza
empírica para a época. Dessa forma, manteve-se inalterado e
praticamente inquestionável durante quase uma década, tempo considerável
para um assunto que acelerava muito no momento. O átomo proposto por
Thomson trazia uma esfera positiva sobre a qual esferas menores estariam
incrustadas, as quais eram desprendidas em fenômenos de natureza
elétrica. Ficou, pelo seu formato, conhecido no mundo acadêmico como pudim de passas.
O átomo de Thomson, porém, assim como todos os propostos até
então, era teórico, ou seja, não partia de dados experimentais. Em 1911,
seu modelo de átomo sofreu uma mudança radical pelos trabalhos de
Ernest Rutherford na Universidade
de Manchester, apesar de Rutherford não ter essa intenção. No princípio
do século XX ainda não se dispunha das modernas máquinas aceleradoras de partículas,
quase comuns hoje em laboratórios de grande instituições, para produzir
feixes de partículas com altas energias; se dispunha apenas de
substâncias radioativas naturais como única fonte de partículas carregadas, as quais são as partículas alfa (formadas por núcleos de hélio) e as partículas beta (formadas por elétrons).
Rutherford, em 1911, viria a realizar um experimento que ficaria
conhecido no mundo todo e até hoje povoaria os livros didáticos de
química do mundo inteiro. Junto com seus colaboradores Geiger e Marsden,
observava os efeitos de um feixe de partículas radioativas alfa sobre
uma fina lâmina de ouro.
Até então, muito pouco se conhecia a respeito das emissões radioativas,
apenas se utilizava determinadas substâncias que apresentavam a
propriedade de emissão e impregnação de filmes fotográficos, processo
descoberto também por acaso.
Sabe-se
hoje que o objetivo principal da experiência realizada por Rutherford
era observar as direções em que se desviavam as partículas ao
atravessarem a folha de ouro, por meio de uma espécie de filme
fotográfico que era colocado atrás da lâmina. Caso as partículas
incidissem sobre essa lâmina e retornassem, estaria oferecendo subsídios
experimentais ao modelo atômico de Thomson. Entretanto, sobretudo os
elevados desvios observados nas partículas, colocava em xeque o modelo
proposto por Thomson, que não era capaz de explicar a sua razão.
Se poderia explicar as observações somente a partir de um modelo novo
para o átomo. Dessa forma, “o físico neozelandês Ernest Rutherford
(1871 – 1937) realizou em 1911 um célebre conjunto de experiências que
lhe permitiu concluir que o átomo é constituído por um minúsculo núcleo
positivo circundado por uma região muitíssimo mais extensa, na qual está
dispersa a carga negativa”1. Dessa forma, Rutherford
concluiu suas experiências afirmando que toda a carga positiva, assim
como toda a massa, de um átomo estavam concentradas em uma região
extremamente pequena, o seu núcleo, sendo que a maior parte do átomo é
composta pelo espaço vazio.
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