Dentre todas as ciências consolidadas, talvez
a química seja a mais recente delas. Houve uma época na história humana
em que todos os fenômenos naturais eram estudados em conjunto, ou seja,
um cientista estudaria desde a constituição do solo, passando pelo
interior de um organismo vivo, e abordaria conceitos que chegariam nas
estrelas. Com o avanço da ciência e a descoberta de um número cada vez
maior de observações, houve a necessidade de as ciências se separarem, para que melhor se pudesse buscar respostas ao que se observa. Assim, surgiu a física (que estuda
as leis naturais e do movimento), a biologia (que estuda os seres vivo
de todas as espécies), a geologia (que estuda o planeta Terra e a suas
características), a química (que estuda a matéria e as suas interações).
Pode-se dizer que a ciência precursora de todas as outras foi a
filosofia, surgida na Grécia antiga há aproximadamente 2.500 anos. Até
então, um recurso frequentemente utilizado na explicação dos eventos
observados era a vontade divina, e raramente alguma coisa era
questionada a respeito do que estava envolvido em suas observações.
A química hoje pode ser definida como a ciência que estuda a
matéria e a forma pela qual esta matéria interage. Assim, tudo aquilo
que está ao nosso redor, e é feito por matéria, é estudado
na química. Como exemplo estão os nossos medicamentos, os nossos
produtos de higiene e limpeza, a água que consumimos, as partes internas
e externas do nosso próprio corpo, os alimentos, industrializados ou
não, que consumimos diariamente, os meios de produção, transporte e
consumo, entre outros.
A química, entretanto, ainda hoje é vista por muitos apenas por seu lado prejudicial ao homem e à natureza,
pois foi dessa forma que ela se desenvolveu a partir do começo do
século XX e, de uma certa forma, se tornou popular. Isso ocorreu
principalmente no desenvolvimento de armamentos e nas bombas atômicas
lançadas sobre o Japão durante a 2ª guerra mundial. Costuma-se então
dizer que a química adquiriu um popularidade negativa.
A investigação sistemática que teria firmado as raízes da ciência
química ocorreu na Idade Média, pela alquimia. Houve um período da
história das ciências, ou do que viria a ser consolidado como
ciência, em que o homem possuía apenas dois objetivos: descobrir uma
fórmula mágica que serviria para transmutar metais em ouro, o que era
chamado de pedra filosofal, e a descoberta de uma poção mágica que daria
vida eterna a quem a ingerisse, o que era conhecido como elixir da
longa vida.
Esses dois objetivos dos alquimistas não foram alcançados, mas toda a
pesquisa envolvida na sua busca mostrou muitos processos envolvidos até
hoje na química fina, como a instrumentação de um laboratório, as
separações de misturas e a purificação de numerosas substancias.
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