O lixo doméstico,
comumente, possui uma dada quantidade de água, oriunda da umidade do ar
e do processo de decomposição da matéria orgânica. Essa água percorre
lixões e aterros sanitários com a ajuda das chuvas, dissolvendo substâncias presentes em tais locais e formando um líquido extremamente poluente denominado chorume.
Também conhecido como líquido percolado, o chorume
apresenta uma coloração bastante escura, odor forte característico, além
de uma textura viscosa. Sua composição varia de acordo com diversos
fatores, como, por exemplo, o tipo de detritos descartados sobre o solo,
o tipo de solo da região, o teor de umidade do local, a quantidade de
oxigênio distribuída, a forma como foi implantado o aterro sanitário,
sua localização em relação ao lençol freático, entre outros. De um modo geral, na constituição desse líquido se encontram substâncias orgânicas (principalmente carbono e nitrogênio orgânico), além de materiais inorgânicos, como mercúrio, cobre, chumbo, arsênio, cádmio, cobalto e cromo.
Ao circular pelo solo em que o lixo foi depositado, o chorume carrega microrganismos, metais pesados, nitratos e fosfatos
e muitas outras substâncias. Dessa forma, é possível que o líquido
atinja o lençol freático (reservatório de água subterrânea proveniente
da água da chuva infiltrada no solo), poluindo-o. Quando o lençol
freático é contaminado pelo chorume, as águas superficiais, como rios,
lagos e minas também são poluídas, uma vez que são abastecidas por ele.
Com a contaminação da água, as espécies aquáticas e as plantações
irrigadas também são acometidas.
O chorume apresenta, ainda, uma elevada concentração de demanda biológica de oxigênio
(DBO), um parâmetro utilizado para determinar a quantidade de oxigênio
necessária na degradação da matéria orgânica por processos bioquímicos. O
aumento desse índice representa um grave problema ambiental:
quando a necessidade de oxigênio é muito alta, pode ocorrer, como
alternativa, a decomposição anaeróbia da matéria (sem presença de
oxigênio), o que leva à produção de gases tóxicas como metano, gás carbônico, mercaptanas, amônia, fenóis e outros.
Uma forma de solucionar os impactos ambientais
causados pelo chorume é o tratamento desse produto. Basicamente,
existem duas formas de tratar o chorume: a forma aeróbia, em que é
fornecido o oxigênio necessário para a decomposição completa da matéria;
e a forma anaeróbica, que ocorre sem a presença de oxigênio em reatores
fechados. A maneira como o chorume é tratado varia conforme sua
composição e as suas características.
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